domingo, janeiro 14, 2007

as portas.

Todas as músicas nos tocaram no fundo, centenas de vozes se uniram, vozes novas e velhas, de todas as gerações, para cantar aquelas músicas que tanto nos diziam a todos. Claro que há aquelas que tocam mais, e mal começaram os acordes da Alabama Song (Whiskey Bar), acendi um charro comemorativo. Tão velhinhos, os Doors...mas a energia estava lá. E o gajo dos Cult, ao qual toda a gente estava um pouco reticente, reencarnou o Jim Morrison...sim, reencarnou-o, anulou-se a si mesmo e deu vida ao deus mítico do rock.
Todos gritaram, havia gente a chorar, gente a rir, gente a revirar os olhos, em orgamos musicais...eu saltei, dancei, deixei de controlar o meu corpo, que começou a ter vida própria...rezávamos aos gritos, entre suor e lágrimas, para que o Sr. Mojo se erguesse. E quando tocaram a Touch Me, saltei, pairei acima da multidão, encontrei-me de novo, porque afinal de contas era a música especial, a que eu tinha mais medo de ouvir, mas a que não podia faltar.
Só tive pena que no final não tocassem a The End. Mas depois, apercebi-me que só há uma pessoa com o direito de a cantar, e essa pessoa não era Ian Astbury, apesar de ter trazido o Jim para junto de nós.
No final, tanto os músicos como até os seguranças mandaram vários objectos para a plateia. Já sem esperança de ficar com alguma coisa, olhei para as pessoas no chão, à procura da palheta do Robby Krieger...e ali estava ela, mesmo junto aos meus pés, já um bocado riscada...
Framboise