domingo, novembro 20, 2005

Manhãs

Nunca um acordar foi tão profundo.
Ao acordar mergulhou num outro mundo de sonhos, onde horas depois, as emoções que ha dias lhe assaltavam as noites se misturaram com aquele mundo em que entrara. Com os olhos vidrados, a cada linha a leitura se tornava mais dificil, a cada linha encontrava razões para, ao fim de tanto tempo passado, finalmente largar o que há tantos anos se acumolou.
No mesmo instante, todas as outras coisas que lhe preenchem a totalidade da vida tornaram-se infimamente ridiculas ao lado do que agora lhe atormentava o pensar.
"Porque?" é a unica coisa de que lhe vem a cabeça. Serão ele e aquele personagem tão parecidos assim? Será comparável a sua angustia ? Por um lado, o da fantasia, a angustia de perder alguem que sempre contámos ser o nosso maior protector, por outro, a angustia de não saber se alguma vez encontraremos alguem assim.
E as semelhanças... Se ela soubesse as semalhanças...
Pela primeira vez em muitos anos, finalmente as lágrimas ameaçaram roubar-lhe o ar descontraído. Mas mais uma vez, a bruta rocha que é se recusou a vacilar.

E no final, o mundo em camera lenta. Tudo com um leve toque de insignificancia.
E para total desespero, a sua insignifancia e indiferença aos olhos dela.

João

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Fantasia, realidade?

agr fiquei confusa...

bj ***

2:14 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home