sexta-feira, março 17, 2006

Cómoda da vida (2)

Depois de um dia confortável, a zona debaixo da lingua fica de certo modo insaciada, e com o céu da boca aspero, como se tivessemos comido um diospiro verde.
Já para não falar na sede, que percorre cada poro como se tivessemos suado o dia todo, e agora que o fim do dia se aproxima, nem 2 nem 200 garrafões de água equilibrariam a desidratação que nos vai possuindo e enlouquecendo, no desejo de saber o que desejamos realmente, de apagar a puta da paranóia, que corroi e mata cada celula do meu pensar, e depois de apagada, conseguir pousar a cabeça na almofada, finalmente tranquilo.

João