Pessimísmo
As vesperas ansiosas acomulam-se, enquanto os olhos se cansam de olhar todos os dias os mesmos objectos, parados nos mesmos sitios, a dizer as mesmas coisas, vespera a vespera.
Objectos insignificantes, canetas abandonadas na mesa de cabeceira, folhas amachucadas que não sabem mais como sair da secretária, que se vai enchendo de pó com o passar das estações.
Vesperas ansiosas por partir, por deixar tudo como está e partir para onde não mais os olhos serão feridos por esta calma electrica, para onde a estrada não tem portagens, os caminhos não têm pegadas, e as cidades são feitas de terra.
Cada molécula por mim tocada ficará assim para toda a eternidade, influenciada pelo meu toque, afectada pela minha poluição, e isso é algo contra o qual nada posso fazer. Todo o mundo de que ja fiz parte, é como é em parte por causa de mim, e se eu não gosto dele, isso é em parte, mesmo que minima, minha culpa.
Daí vem a ansiedade de partir, de refazer o mundo, de o livrar do meu olhar.
"Todos os dias são vespera de não partir"
João
Objectos insignificantes, canetas abandonadas na mesa de cabeceira, folhas amachucadas que não sabem mais como sair da secretária, que se vai enchendo de pó com o passar das estações.
Vesperas ansiosas por partir, por deixar tudo como está e partir para onde não mais os olhos serão feridos por esta calma electrica, para onde a estrada não tem portagens, os caminhos não têm pegadas, e as cidades são feitas de terra.
Cada molécula por mim tocada ficará assim para toda a eternidade, influenciada pelo meu toque, afectada pela minha poluição, e isso é algo contra o qual nada posso fazer. Todo o mundo de que ja fiz parte, é como é em parte por causa de mim, e se eu não gosto dele, isso é em parte, mesmo que minima, minha culpa.
Daí vem a ansiedade de partir, de refazer o mundo, de o livrar do meu olhar.
"Todos os dias são vespera de não partir"
João
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