quinta-feira, julho 13, 2006

Quem me dera ter uma porta...

Quem me dera ter agora uma porta onde me sentar. Uma porta qualquer do Bairro Alto. Onde me pudesse sentar com uma litrosa na mão, a cantar a 'Alabama Song (Whiskey Bar)' dos Doors. E ter um daqueles monólogos fenomenais que só são possíveis naquele ambiente.
E poder esquecer. Esquecer as coisas por um pouco. Ou olhar para os problemas com um sorriso nos lábios. Como se fossem de outra pessoa. Fumar uns cigarros atrás dos outros. Dançar o Quebra-Nozes no meio da estrada. E gritar aos trausentes, 'QUERIAS, NÃO QUERIAS?' quando me lançassem olhares de admiração, ao ver-me fazer piruetas ou levantar as pernas a uma altura considerável.
Sei lá. Hoje precisava de uma noite dessas. Na Rua da Rosa, junto àquele bar de rock que tem uns shots excelentes e passa boa música. Gritar com os Ramones e saltar até me cansar. Ou até cair. Como qualquer bailarina. Porque, mais dia menos dia, todas as bailarinas caem.
E ficar à espera. À espera de um sonho qualquer. Até que a realidade seja um incómodo acidente longínquo. Voltar tarde para casa, quando a cabeça começar a pesar toneladas e o mau-humor tomar conta de mim.

Framboise

3 Comments:

Blogger Goldmundo said...

Lembro-me muitas vezes de ti ao atravessar a noite do Bairro. A dança às vezes fica guardada nas pedras.

3:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Costumo lembrar-me de ti cada vez que entro na Biblioteca Camões, em direção a mais um livro da Ana Teresa Pereira.

(e se vires duas raparigas a cantar a 'Alabama Song (Whiskey Bar)' há muitas probabilidades de ser eu e a Deirdre...)

2:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Looks nice! Awesome content. Good job guys.
»

7:17 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home