segunda-feira, outubro 24, 2005

...

«O amor perguntou ao ódio: porque é que me odeias tanto?
E o ódio respondeu: porque um dia te amei...»
-Estás a ver esta pedra na minha mão? - era uma pedra da calçada.
-Sim, estou. - disse eu, provocadora, sabendo que ele não tinha coragem para me fazer mal, mas lamentando toda aquela agressividade.
-Se me voltas a dirigir a palavra, atiro-te com ela à cabeça - disse ele, furioso com algo que ainda hoje desconheço.
-Força, atira! Acaba comigo!
Ele deixou a pedra cair pesadamente no chão. Olhou para mim com um ódio que profundo, que nunca lhe tinha visto. Deu meia volta e foi-se embora...
(...)
Perguntei-lhe: -Porque é que me odeias tanto?
Ele respondeu apenas: -Sei lá. Acho que é normal...
Normal porquê? Não me lembro se lhe cheguei a perguntar isso, mas se perguntei ele não respondeu.

Em que é que terei errado?...

[memórias velhas...poeirentas...que encontrei recentemente e apeteceu-me postar.]

Framboise