Scars

Ás vezes antigos vicios ou hábitos que largámos por alguma razão que nunca chegámos bem a perceber, e que temos por habito chamar-lhe crescer ou até evoluir, voltam ao dia-a-dia também sem razão, e fazem-nos recordar o que pensávamos ja ter esquecido, mas que afinal estava apenas a hibernar no conforto do inconsciente, a alimentar os filhos sentimentos que deles sairam, e que agora regressam, cheios de nostalgia de momentos irrepetíveis.
Será um fácil exemplo aquele da musica ou do grupo que ouviamos à 5 anos e por capricho do destino resolvemos recolocar na playlist, e invejar assim o nosso "eu" de à 5 anos, que se sentia bem mais livre do que agora, embora, e isto acontece sempre, inconsciente da sua liberdade.
É a velha e batida história de que so damos valor as coisas depois de as perder.
Mas é a incondicional e intratável verdade, e felizes são aqueles que não concordam com ela, pois a única explicação para tal facto é uma destas: ou dão realmente valor a tudo o que vale a pena dar valor das suas vidas, e são indiscutivelmente as pessoas mais conscientes de si proprias e do que as rodeia, ou são apenas sortudas por nunca terem perdido nada que nem tinham consciencia de ter e do precioso uso que lhe davam, mesmo no desconhecimento.
Quero com isto dizer apenas que me sinto sortudo por ter ganho consciencia do que perdi, e ao mesmo tempo, te-lo recuperado.

João