sábado, junho 17, 2006

Recolha do lixo

É tarde. É um pouco tarde.
Estava a dar um filme, envolvia presos e futebol, e é tudo o que recordo. Ia-me deitar, mas depois de estar confortável e de luz apagada na cama, lembrei-me de umas coisas para fazer, e voltei a ligá-la, a luz. Enquanto o PC liga afino a guitarra, que hoje está teimosa, parece-me que não quer ser tocada, por isso desisto, depois de uma tentativa ridiculamente falhada de encarnar uma tresloucada, sensível e estranhamente delicada estrela rock.
Durante o intervalo do filme passo pela tvi - Fiel ou infiel, e tv2 - Álvaro Cunhal VS Mário Soares. Em consequência, um pensamento: seria preferível o comunismo ter ganho as eleições a seguir à revolução e ter-se aguentado até hoje, ao menos justificaria o ridículo ao que a mentalidade da nossa sociedade consegue chegar. Quer dizer, se calhar seria precisa toda uma nova doutrina política para o fazer.
À excepção de uma tira de luz que se escapa da porta da casa de banho, a casa está toda escura.
Continuo com um certo receio do escuro, não sei porquê, mas tenho sempre a sensação de que se esconde alguém na sombra fria da pedra da marquise, sensação que julgo me acompanhará durante muitos anos.
Nota: Comprar casa sem marquise.
E como quando se tem pouco ou nada a dizer, o melhor é ouvir os outros, eu vou dormir, na esperança de que o que a (sub)consciência tem para me dizer seja útil.