sexta-feira, setembro 30, 2005

Silêncio

Podia falar-vos do meu dia, mas nao o vou fazer, podia dar a minha opinão sobre algo sinistro, um pensamente menos habitual, qualquer coisa, mas não o vou fazer. Podia dizer mal de alguém, falar da nova vida, nova gente, novas paisagens, mas não o vou fazer. Podia relembrar emoções passadas, citar algo que me descreva no momento, mas não o vou fazer. Podia até nao escrever isto, mas também não o vou fazer.
Hoje vou ficar calado. O silencio também se ouve. E é bom ouvir, até o silencio. Sobretudo o silencio.

João

quinta-feira, setembro 29, 2005

Comunhão com a noite

Este Verão tive uma experiência que penso que me terá mudado para sempre. Duvido que alguém me compreenda, mas mesmo assim, vou escrevê-la, para um dia mais tarde recordar.

Mudei-me para um quarto na parte de cima da casa. Esse quarto tem uma varanda. É pequena, mas é o suficiente para ir fumar o meu cigarrinho durante a noite sem fazer grande barulho.
No Verão deito-me sempre muito tarde, e certa vez fui fumar o meu cigarro para a varanda, como já vinha sendo hábito, quando comecei a sentir-me bem, como se encontrasse o meu elemento, como se encontrasse o lugar onde pertenço, mesmo sabendo que não pertenço a a lugar nenhum.
Senti-me tão bem ali a observar a noite. Era uma noite de Verão morna, daquelas que eu gosto, nem demasiado fria, nem de um calor sofucante. Era a noite perfeita. Não sentia o céu muito longe de mim. Sentia-o à distância de um esticar do braço, como se fosse um tecto baixinho. Voavam por ali alguns morcegos, e nem sequer tive medo que se enrolassem no meu cabelo, medo esse que sempre tive até àquele dia. Senti que era a única pessoa do mundo acordada, senti que era a guardiã daquela noite, e em vez de me sentir triste por isso, senti-me melhor, única, especial, como se apenas eu e mais ninguém conseguisse apreciar devidamente aquela noite. Senti que era mais uma daquelas criaturas nocturnas que passeavam por ali, aqueles morcegos, aqueles gatos vadios que se passeiam po ali durante a noite.

Essa foi a primeira de muitas noites em que conheci a paz. Não conheço a paz em mim para além desses breves momentos nocturnos, que têm a curta duração de um cigarro. Porque o cigarro apaga-se, e tenho sempre que voltar para dentro com medo de ser apanhada. E anseio pela noite seguinte, para repetir o momento...

quarta-feira, setembro 28, 2005

'Home is where heart is...'

Estou cansada, preciso de descansar o corpo e a alma, acho estúpida esta eterna lei do retorno em que vivo, no entanto acho enternecedor acabar por voltar sempre aos mesmos lugares e pessoas como quem volta para casa ao fim do dia.
Por outro lado assusta-me, nunca quis criar laços, sou um pássaro e tento voar livre, mas acabo sempre por ansiar pela minha cidade, por aquelas varandas onde posso respirar, pelos amigos dos quais sinto falta, por aquela pessoa especial que tanto me magoou e que tanto magoei, mas que é impossível manter-me afastada.

Porque é que me prendo assim quando sei que não tenho grande coisa para oferecer, quando sei que preciso da minha liberdade, quando sei que no fundo ando aqui por brincadeira e amanhã posso querer mudar tudo radicalmente?



'Home is where heart is...'

Sempre quis acreditar que o meu coração não se prende a lugares nem a pessoas, mas se há algo em que a filosofia me tem ajudado, é que não podemos ter a certeza de nada.

Nem sequer tenho a certeza de precisar de ter certezas...

[saído assim, de um suspiro, não me apetece reler sequer. serviçoes minímos :P]

Irónico !!

Estava a olhar para uma nova campanha publicitária com interesse. A imagem de um aluno a dormir na aula com o texto: "Nós gostamos de segundas feiras. Porque gostamos da vida como ela é". Pensei: Ok, está certo, venha o que vier, azar ou sorte, é a vida. Nos 2 minutos que se seguiram ALGUEM fez questão de me provar que esse pensamento nao é o mais correcto, ora vejam: Perdi dois autocarros seguidos, ia perdendo o Bi, e um pombo com mira Lazer fez questão que a minha t-shirt ficasse de certa maneira camuflada.

Definitivamente, eu não "gosto da vida como ela é", pelo menos as vezes.

João

terça-feira, setembro 27, 2005

Sufocante

É estranha a sensação de estar a um passo de ter aquilo que sempre quisemos e ao mesmo tempo a um passo de o perder.
É como ser uma formiga e estar na ponta dum alfinete.
Sufucante.

João.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Eles

Há os observadores, os menos atentos e até os cegos, há os companheiros, os isolados, e os atrelados, os compinchas, os traidores, os que não dão confiança e os bacanos. Os activistas que lutam pelo que defendem, os que defendem mas nao lutam, os que não têm opinião e os que nem cabeça para a ter têm. Há os genios, os menos génios, os artistas creativos e os artistas sem futuro. Os bebados bem dispostos, os bebados com a mania, os que não bebem e os que so bebem de vez em quando. Há os nerds, os geeks, os marrões e mais alguns desprezados. Há os que almoçam sozinhos, os que almoçam juntos e os que nao almoçam. Os que lideram, os que têm iniciativa, os que vão atrás e os que dão sempre a sua opinião mas ninguem lhes liga. Há os divertidos, os com piada, os que gostam de chamar a atenção, os ouvintes, os calados, os de trombas e os que so sabem falar dos outros. Os interessantes, os que toda a gente gosta, os que a gente gosta mas esquece e os que ninguem repara sequer. Há inumeros caractéres, impossiveis de contar, e depois há eu, que sou todos eles e não sou nenhum. E que no fundo, não faço idea de quem sou.

Escrito de um só jorro, não relido, não pensado, apenas desabafado.

João.

domingo, setembro 25, 2005

Na mítica sala de aula

Professora - Menino joãozinho, que vai ser quando for grande ?

Menino Joãozinho - stora, como é que eu sei o que vou ser, se nem sei o que sou ?

João.

Frases Soltas...

...que andei a recolher por aí:

'Quando nos deixamos cativar, é certo e sabido que essa coisa nos há-de fazer chorar.'
Antoine Saint-Exupéry in O Principezinho.

'Demência: repetição dos mesmos erros à espera de resultados diferentes.'

'Quando um coração se fecha faz mais barulho que uma porta.'
António Lobo Antunes

'A medida de amar é amar sem medida'
Algum filósofo que escreveu isto a grafiti numa parede do Bairro Alto

'A vida é como um sonho: é o acordar que nos mata.'
Virginia Wolf

sábado, setembro 24, 2005

Ciclos


"All we do is dig so we can hide and hide so we can dig"
Dizia o meu amigo e suricata, Timon.
Nós trabalhamos para ganhar dinheiro, e ganhamos dinheiro para podermos sobreviver e continuar a trabalhar.
Ciclos...
João.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Infelizmente é assim...

Preciso de bater no fundo do poço para ter força para vir ao de cima...

Grutas

So quero que saibas o que sinto,
que sintas o fervor que em mim corre,
quero-te contar,
mas este medo angustiante nao deixa.

Porque nao sentes os beijos
que eu dou à brisa?
na esperança que ela percorra
as montanhas rochosas que nos separam,
e acabem a viagem no teu rosto virgem.

Na esperança que mos devolvas,
que estejas a janela a espera deles,
e que sintas a paixao que neles inspiro.

A paixão que me consome a vida,
que não me deixa dormir em noites quentes
a pensar no teu toque delicado,
no teu cabelo a brincar com o vento,
nos teus labios a dançarem,
e no quão pequeno me fazes.

Só o vento, na sua habilidade impar
é capaz de percorrer as montanhas
que me inibem,
me amedrontam em sonhos,
me afastam de ti,
e me impedem de continuar a lutar.

So ele atravessa as grutas moribundas,
onde habita o receio,
a rejeição, o silencio e o preconceito.
So quero que saibas o que sinto,
mas tenho medo.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Dias e sono. Muito sono.

Há dias nao necessariamente maus, mas diferentes, que marcam uma mudança, o inicio de qualquer coisa, e esses valem a pena relatar. Começou quando me deitei cedo, que o dia a seguir era um dia de responsabilidades, as 8:30 tinha de estar na faculdade. Acordei por volta das 4.30. Dormi pouco, muito pouco, e quando acordei soube que nao conseguia adormecer outra vez e que ia continuar o resto do dia com sono, muito sono. Chegado à faculdade, caloiro confiante, tirei a minha senha, perguntaram-me o curso: "engenharia fisica, porquê ?", "xeee ganda maluco sim senhor, boa sorte". Esta frase do "ganda maluco" passou a ser algo normal sempre que enunciava o meu curso (que motivação!), o que aconteceu umas 10 a 20 vezes. La me tentaram fazer a normal praxe, mal sucedidos, basta ter 2 neuronios para conseguir manipular todos aqueles "veteranos armados" (É no entanto espantosa a quantidade de caloiros que possui apenas 1 neuronio...).
Passei a manhã a conhecer a minha futura casa, a olhar e a interiorizar as paredes e as caras que irão fazer parte da minha vida futura.
Fui almoçar. Á tarde fui inscrever-me. Estive umas 2 horas para me inscrever, conheci gente do melhor e do pior, aquelas pessoas que são tudo iguais a gente que ja conhecemos, observações, olhares, tiques, até o timbre de voz. Saí da faculdade 10 horas depois de la entrar, como é que é possivel ?? 10 horas para me inscrever, enfim.
Cheguei a casa - em poucas palavras, morto - Aproveitei para fazer um pouco de publicidade ao meu jornal. E conheci finalmente a delicia da posição horizontal por volta das 19 horas, no sofá. Eram 20:00 quando adormeci involuntáriamente. Acordei ás 4, aproveitei para dar ao corpo o prazer dos pequenos vicios diários que o dia nao teve tempo de dar. São 5 da manhã e eu estou a jantar. Agora acho que vou dormir para acordar as 14 e ir tomar o pequeno almoço.
Há dias diferentes.

"Há dias em que não cabes na pele com que andas
Parece comprada em segunda mão um pouco curta nas mangas
Há dias em que cada passo é mais um castigo de deus
Parece que os sapatos que vês enfiados nos pés nem sequer são os teus"


João

quarta-feira, setembro 21, 2005

Yuri

Sabes como é.
O tempo foi passando e descobri que tu...ainda existes.
A nossa zanga estúpida (por culpa minha!) fez com que não me avisasses que ias embora.
E agora, onde estás? Sei que andas perto. Sei que moras perto, mas não sei onde.
Tenho tantas saudades tuas...
Só ontem, quando te vi, me apercebi da falta que me fazes.
Eras o meu irmãozinho, a minha mascote...e partiste sem dizer adeus.
E ontem passaste mesmo à minha frente...não tive coragem para sair do carro e enfrentar-te. Fiquei sem reacção, o meu corpo não obedecia à minha cabeça...
Hoje sinto-me tão mal por isso! Apetece-me andar pelas ruas a gritar o teu nome...talvez te encontrasse.
Desculpa, irmãzinho.

[desculpa não postar nada de novo, JTS :p ando numa 'crise literária' terrível...]

Dialogos estranhos

É tão facil, tão natural, tão instintivo, tão primitivo, tão estupido não gostar de alguém so porque ele não gosta do mesmo que nós. Se todos fossemos ABSOLUTAMENTE transparentes, tenho a idea que 90% das conversas começavam e acabavam assim:
- Ola como te chamas ?
- João, e tu?
- Isabel, és de que clube ?
- Sou do benfica e tu ?
- Sou do sporting.
- Odeio-te.
- Morre.

João.

terça-feira, setembro 20, 2005

Frio

Sabem quando tomamos um banho de imersão e a certa altura a água fica fria, estamos desconfortáveis, e mesmo assim não nos levantamos? A vida e o mundo são um banho de imersão, em que a certa altura se tornam desconfortáveis mas o vicio, a rotina, e porque não, a preguiça nao nos deixam levantar para ir ligar a água quente. Parece cola.
Porque o mundo hoje está desconfortável, resolvi passar o dia com os meus amigos imaginários. Ligar a água quente continua a dar muito trabalho.
João.

UMA SEMANA !!!















Fiz uma pequena paragem aqui so para vos avisar que começa a contagem decrescente!! É o novo disco do Jamie Cullum. Nome do disco, qualquer outra informação adicional... para que !? nao ouviram bem ? é o novo cd do Jamie Cullum !!
Uma semana.. hà de passar rapido.
João

segunda-feira, setembro 19, 2005

Bairro Alto

Só aqui se misturam executivos engravatados do ministério do ambiente com mitras que passam droga pelos cantos. Só aqui se misturam artistas de dança e de música com artistas de tatoo art. Só aqui atravesso as ruas e vejo simpáticos velhotes que se cumprimentam e trajam tal qual as perdidas aldeias de interior e punks com o seu look agressivo.
Aqui misturam-se as casas de fado com os bares de góticos. Os restaurantes com os seus requintados pratos tipícos com os bares de gays.
Os gritos dos loucos confundem-se com as notas mais agudas das cantoras de ópera e formam uma perfeita melodia.
Há os prédios pombalinos em bom estado e aqueles que se vão desfazendo conforme os dias passam. Se as paredes desses prédios falassem talvez muitas coisas mudassem. Muitos namorados já estariam separados, devido a traições estúpidas de jovens garanhões com as grandes amigas da namorada. Rapazes aparentemente mimados e ricos que passam os dias pelos cafés...que são polícias, que repreendem a droga e a utilizam para consumo próprio e que sabem que têm toda a gente nas mãos. Senhoras aparentemente sensatas que escondem passados tenebrosos. Jovens mitras que adoram a confusão. Bailarinos sem futuro que se metem onde não devem e bailarinos com futuro que só querem chegar ao topo para se rir dos que não têm futuro, em forma de vingança. Jovens raparigas que têm partes de histórias do bairro nas mãos e no entanto nada fazem porque só querem ter uma boa estadia nos oito anos que ali estão.
Há os cafés frequentados pelos artistas com mendigos à porta. Os esconderijos que servem de abrigo aos bailarinos fumadores. Os cantores desconhecidos que sonham com as suas oportunidades. Os jovens que tocam diversos instrumentos. Lojas de Tatoo Art e Body Piercing, a um minuto de distância de lojas de estilistas conceituadas. Os homens que se juntam no café a ver o futebol e a beber cerveja, donas de casa solitárias e incompreendidas.Casas de Belas-Artes em ruas com nomes de flores, antigos conventos a cair aos bocados ou a serem reconstruídos. Doces em cafés que são a perdição de qualquer um, especialmente das bailarinas devido ao factor da proibição. Professores e alunos que se cruzam e trocam cumprimentos de circunstância. Noites calmas de ruas vazias, ruas frequentadas em noites demasiado cheias. Assaltos, piropos vindos dos andaimes e da poeira das obras, papagaios que assobiam sugestivamente a qualquer um que passe. Hospitais e Centros de Saúde sempre cheios. Horas perdidas a arranjar lugar para estacionar. Gente que vem de longe para aqui chegar.
Aqui começam e acabam muitos sonhos. Jovens que entram para os conservatórios a sonhar com o estrelato. Bailarinos e músicos que choram porque não são bons o suficiente, ou não se aplicaram o suficiente. Rapazes que acabaram o nono ano e desistiram da vida, derrotados pela miséria e pelo 'deixa andar', que passam horas à conversa nas ruas, a observar as miúdas que passam.
Bairro Alto, um bairro como tantos outros, mas tão especial, tão único, tão cheio de diversidade, tão cheio de amor e pontapés para dar.

Este texto tem copyright. Steal it and I'll eat your balls!!!!!

Carris

É espantoso como grande parte das pessoas nao tem a decência comum de tomar um banho antes de sair de casa e ir para onde quer que vão, e como isso se fez notar hoje no 28 para a portela por volta das 14:30, e isso meus caros amigos, deixa-me profundamente indignado, já para nao falar de enjoado, o cheiro era realmente nauseabundo. Seria correcto da minha parte fazer uma visita a Madame do sr em questão e dar-lhe conta do sucedido, ao que ela me responderia com um olhar de quem ja tinha pensado no assunto:
- Ah o sacana não apareceu ca em casa ontem a noite, eu bem que andava a suspeitar..
Mas como não me quero de todo meter na vida das pessoas, limito-me a tapar o nariz, e esperar que a viagem acabe rapido.
João

domingo, setembro 18, 2005

Loucura

Estou doente.
Doi-me o corpo por ser verão e eu não gostar do verão. Doem-me os pensamentos de não conseguir parar de pensar em tudo o que me afecta, de pensar em porque é que estou a pensar, e doi-me sobretudo por espirrar palavras sem sentido e nao ter ninguem para me dizer "santinho".
Doem-me os ossos, doi-me até por dentro dos ossos.
Doi-me a alma. Estou doente e não tenho ninguém, e por isso doi-me a alma. Doi-me por solidão, por não ter ninguém para consolar os meus espirros. Tenho medo de desligar a luz, tenho medo de adormecer só e acordar ainda mais só. No escuro.
Doem-me os olhos de não dormir. A cara pesa e o corpo dorme. Estou doente.
Apetece-me evaporar e aparecer do outro lado do mundo. Escorrer por um cano. Qualquer coisa que me tire daqui, me faça passar esta dor.
O vento bate freneticamente na janela fechada, como alguém que me quer levar a força, sem tocar à campaínha. Mas eu nao deixo, fechei a janela, e ele não entra.
Prefiro sentir dor a não sentir nada.
Tudo doi, como se cada centímetro do meu corpo se debatesse para causar mais dor que o outro centímetro.
Preciso de um hospital. De uma casa de reabilitação. Mas que pode um medico fazer, se me doi a alma?
A receita tem de ser escrita por mim, e o medicamento... não faço ideia qual seja. Eu que pensava ter as vacinas em dia, agora estou doente.
Talvez a cura esteja aqui mesmo, no que eu ja tenho, nesse caso, peço-vos simplesmente: não me deixem até eu vos encontrar.
Talvez a cura esteja no amanha, talvez esteja em não pensar, talvez não esteja sequer, e eu acabarei os dias num lar de doentes da alma.
Talvez esteja louco.
João

sábado, setembro 17, 2005

Let's go and throw all the songs we know into the sea, You and me.


Já ouviram falar em magia?

joão

Serviço comunitário contra a anti-cultura

Como boa acção do dia, e como bom cidadão que sou sinto que é do meu dever prevenir a sociedade contra qualquer atentado à saúde publica. E é por isso que estou aqui hoje para vos falar desta espantosa amostra de falta de talento, a "Casa de cera". Não, não sou um desses que pensa que so por um filme ter mortos ou psicopatas nao vale a pena, nada disso, vejo o "Silencio dos inocentes" e sou capaz de me arrepiar perante tamanha qualidade, mas isto meus caros amigos, é um atentado contra a cultura. Qualquer ingrediente basico para um filme de terror ficou a porta do shopping.

A historia é a normal, mas até conseguia ser bem aproveitada. Um grupo de jovens está de férias a passear e encontra 2 psicopatas que os matam e os transformam em cera. Tudo bem, até podia ter umas cenas bem conseguidas, mas não, isto nao é um filme de terror, é um filme de nojices. O que há apenas são cenas de carne viva, sangue a escorrer, cortes, etc. para isso vou ver o serviço de urgencias ou a tv saúde, poupem-me.
É no fundo, um filme pa malha (um "filme pa malha" é um daqueles filmes em que o ideal enquanto la estamos é levar umas agulhas de tricot e fazer uma camisolita pos netos)

Resumindo, os meus colegas estão-me a dever 5 euros que a ideia foi deles, tudo o que eu queria era fazer caretas no peixaránio, mas para variar, ninguem me ouve.
João.

sexta-feira, setembro 16, 2005

É estranho como so começamos a apreciar certas coisas que ja conheciamos a muito quando alguem as espeta na nossa cara... ou quando as perdemos.
Adeus.
João

Primavera 2003



Queria apenas voltar àqueles dias de sol de felicidade extrema, em que era tudo de uma simplicidade enlouquente. Queria voltar a esses tempos em que nos encontrávamos, quais almas primaveris que se amavam sem perguntas nem dúvidas. E os teus sorrisos enchiam-me o dia com a ternura de quem ama sem possuir.
Tenho saudades de me descobrir através de ti, de encontrar mil maneiras de expressar o mesmo sentimento, de te olhar nos olhos e ver-me neles. E por tantas vezes eu me sentia uma criança indefesa e tu estavas ali para me abraçar quando eu precisava de protecção, qual guarda fiel e honrado.
Agora que olho para trás vejo o quanto continuo a precisar desses dias de sol de primavera, que me fizeram entender que o amor podia ser algo simples, sem que por uma única vez me despertassem para a realidade fria das vidas cinzentas e monótonas que corriam paralelas à minha.
A vida prega-nos muitas partidas e a mim pregou-me a partida de pensar que esses dias maravilhosos eram eternos...

[recordações...]

quinta-feira, setembro 15, 2005

Broncos ontem, broncos hoje

Estava eu sentado (nem queiram saber aonde) a apreciar as minhas pernas com a sua gloriosa penugem paleolitica, digna de um dos antigos habitantes de fóz-coa, e isto trouxe-me um pensamento, seremos nós tão diferentes dos nossos antepassados ? A resposta tornou-se obvia ao olhar para o espelho, se nao tivesse um desses objectos imaginados um dia por mentes geniais, ou pelo mero acaso do momento, nem a barba conseguiria fazer.
João.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Brisa amigável


Pus-me a pensar o que nos leva a gostar e a dar-nos bem com alguem, muitos dizem ser as coisas em comum, os mesmos habitos, praticas, interesses, etc. Está certo, não o nego, isso facilita obviamente, mas penso que a verdadeira amizade, espiritual, vai mais longe, nao é tanto o que fazemos em comum, mas o que sentimos ao faze-lo, eu posso gostar de rock e tu de musica clássica, mas se percebermos porque é que cada um gosta do que faz, porque sabemos qual é a sensação ao faze-lo, compreendemo-nos e respeitamo-nos, e no fundo, nao são essas as bases de uma boa relação? Respeito, compreensão, admiração e cumplicidade.


Escrevi uns versos sobre isso a uns tempos, nao no mesmo contexto, mas aqui aplicam-se:

importante nao é ter interesses comuns
é procurar as mesmas emoçoes,
nao é ambos gostarmos do mesmo,
mas ambos sentirmos o mesmo
ao fazer o que gostamos.

é isso que eu sinto,
nao é o mesmo que nos toca,
mas o que nos toca, toca da mesmo maneira.

Quem nao concordar que se faça ouvir, o meu unico objectivo é conhecer, para conhecer é preciso debater.
João

Inicialmente com alguma relutância em relação a isto, mas a framboise la me convenceu, e so posso acrescentar que daremos o que podermos para fazer disto um espaço legivél. Fresco. e porque não, irreverente.
João.

Tentaremos dar o nosso melhor para falar daquilo que observamos, da nossa forma de ver o mundo, da mudança, dos dias que passam. Porque gostamos de debater tudo, como dois adolescentes irreverentes que somos.
Framboise

see u soon
*